quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Por que os arquivos DWG não funcionam bem no Revit®?

Apesar de ser possível importar um arquivo DWG para o Revit®, os resultados não são satisfatórios 

Texto: Erik Uppenberg | Tradução adaptada: Silvia Lavagnoli 



Por "não são satisfatórios" entenda-se: não são dignos de um profissional BIM BETTER. Por isso, se você não quiser ser confundido com um principiante, jamais envie arquivos importados do AutoCAD® para usuários de Revit®. Eles saberão de cara que se trata de arquivos convertidos do AutoCAD® e você vai passar vergonha!
Nosso colaborador baseado em Chicago, Erik Uppenberg gravou um vídeo bastante didático sobre o assunto. O vídeo foi traduzido para português e deixa bem claro as diferenças de performance entre um bloco de AutoCAD® convertido e uma família nativa de Revit®. Confira!




Um dos desafios dos fabricantes, principalmente em razão da demanda atual, é disponibilizar bibliotecas para Revit® para arquitetos e especificadores. Muitos fabricantes até entendem que o Revit® é importante e oferecem suas bibliotecas, mas em razão dos custos e muitas vezes por falta de informação, optam por bibliotecas compostas por arquivos DWG convertidos. Isso é ótimo para os seus clientes que usam o AutoCAD®, mas é um desastre para os usuários do Revit®.

Além do que foi demonstrado há ainda duas razões adicionais pelas quais os usuários de Revit® não gostam de arquivos DWG em seus projetos:

1. Arquivos DWG são pesados ​​no Revit®
Usuários de Revit® muitas vezes trabalham em projetos de grande escala. Seus projetos podem incluir andares ou até mesmo prédios inteiros. Os arquivos DWG são pesados e dificultam o manuseio dos projetos, mesmo nas máquinas mais potentes.
Os arquivos DWG contém muitos detalhes, não são paramétricos e não possuem opções de visualização como as famílias nativas do Revit® (coarse, medium e fine), portanto pesam mesmo no seu projeto!
Em suma, eles não foram feitos para o Revit® e tentar adaptá-los à plataforma para a qual não foram criados impede que o usuário tenha uma boa experiência. O pior é que a experiência é ruim tanto com o Revit® quanto com o produto.

2. Arquivos DWG não são flexíveis em Revit®
Como foi demonstrado no vídeo, os arquivos DWG utilizados em ambiente Revit® não são flexíveis. Digamos que você tenha criado uma configuração de mobiliário em AutoCAD® e decide então importar tudo para o Revit®. Coitado do próximo usuário que tiver que fazer qualquer alteração nesse arquivo de Revit®... Vai passar por maus bocados e isso não vai fazer bem para sua reputação profissional.
Arquivos importados do AutoCAD® no Revit® são blocos rígidos que atrasam (e atrapalham!) muito o trabalho dos usuários de Revit®.
Mas o mais importante é que arquivos DWG quando levados ao ambiente de Revit® não possuem aquilo que é o grande diferencial do conceito BIM: a informação. A importação torna-os “blocos burros” que até cumprem seu papel gráfico, mas não acrescentam nenhuma informação ao projeto sobre o produto que representam.

Concluindo, não é uma boa ideia oferecer seus arquivos do AutoCAD® para um usuário de Revit®. Se você é usuário de Revit®, já sabe do que estamos falando. Se está para entrar no mundo BIM, já sabe como separar o trigo do joio. Agora, se você é fabricante, invista em uma boa biblioteca de famílias nativas no Revit® e permita que o primeiro contato com seu produto ainda no projeto seja realmente positivo.  



Erik Uppenberg
Silvia Lavagnoli
Erik Uppenberg é diretor comercial da ofcdesk, baseado em Chicago, responsável pela área comercial em toda a América do Norte.

Silvia Lavagnoli é gerente de marketing na ofcdesk,baseada em São Paulo, responsável pelas ações nos Estados Unidos e Brasil.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Arquitetos de Interiores e o BIM

5 razões para arquitetos de interiores utilizarem o Revit® e adotarem o BIM 

(+ 1 razão para a indústria moveleira sair da inércia)

Texto: Erik Uppenberg | Tradução adaptada: Silvia Lavagnoli




Suponhamos que você está no ramo da indústria moveleira corporativa, seja como fabricante ou representante. Não seria incrível entender como os arquitetos estão utilizando seus produtos no espaço virtual?

Esse texto serve de cartilha para profissionais da indústria moveleira corporativa e ajudará a entender a importância de uma biblioteca BIM para os arquitetos de interiores.

Para os novatos no conceito BIM, o acrônimo significa Building Information Modeling. O BIM é um processo eficiente e colaborativo utilizado por arquitetos, engenheiros, construtoras e decoradores como forma de planejar e visualizar as edificações.
O Revit® desenvolvido pela Autodesk© é um software baseado no conceito BIM. Comparativamente, o AutoCAD® não é um software BIM, utilizando o conceito CAD (Computer Aided Design).
Uma das coisas mais interessantes da era BIM é que em muitos casos os arquitetos de interiores trabalham com o produto de um fabricante em um meio virtual antes mesmo de ver o produto físico.
Como? Com toda a tecnologia disponível, um profissional projeta um espaço utilizando uma cadeira (através de uma biblioteca disponibilizada pelo fabricante) antes mesmo de ter a oportunidade de sentar-se nela!
Esta é a nova realidade para arquitetos de interiores que trabalham colaborativamente com outras disciplinas em projetos BIM, sendo o Revit® da Autodesk© o software mais utilizado no mercado.
Como o BIM hoje se faz presente na maioria dos projetos de grande porte, aqueles que trabalham com interiores TAMBÉM encontram-se em processo de mudança do CAD para o BIM.

5 razões pelas quais os arquitetos de interiores estão migrando para o BIM e adotando o Revit®.


1. O Revit® ajuda na visualização 3D


Os programas BIM como o Revit® trabalham em 3D. A facilidade para alterar entre as vistas 2D e 3D ajuda os arquitetos de interiores tanto no sentido prático quanto criativo do trabalho.
O conceito de “Clash detection” (detecção de interferências), que evita erros quando dois objetos são inseridos no mesmo espaço, é de fundamental importância. Projetar em 3D faz com que a inserção de objetos no espaço seja tão intuitiva quanto colocar um objeto físico em um quarto.
Os usuários de Revit® utilizam as vistas tridimensionais para gerar renders básicos de seus projetos. É uma excelente oportunidade para impressionar o cliente e discutir as ideias de layout para um determinado espaço.
Nesta fase, o arquiteto de interiores mostra o mobiliário inserido no espaço, o que aumenta a importância dos fabricantes oferecerem uma biblioteca de seus produtos para Revit® com boa qualidade.


 2. Os dados são fáceis de manusear

Existe uma infinidade de programas 3D no mercado que arquitetos de interiores podem utilizar até mesmo gratuitamente. A grande vantagem do BIM está não somente na habilidade de projetar em 3D, mas também no fácil manuseio das informações inseridas.Uma boa biblioteca de modelos Revit® é composta não somente da representação gráfica dos produtos, mas também de especificações, características e acabamentos de cada item. A parte mais relevante dessas bibliotecas está justamente nestas informações e não no aspecto gráfico de cada modelo. Modelos Revit®/ BIM frequentemente contém informações tão valiosas que servem para propósitos de certificações importantes como o LEED por exemplo.

 3. Os quantitativos (schedules) do Revit® ajudam (E MUITO!) na criação de listas de materiais

Uma tabela de quantitativo (Schedule) gerada pelo Revit® além de conter todas aquelas informações importantes que os modelos BIM carregam, possui interface muito simples similar a uma planilha Excel. Por isso são facilmente manuseadas pelos arquitetos que delas extraem as listas de materiais de seus projetos.
Os usuários de Revit® utilizam os quantitativos para editar e visualizar as informações de diversas formas. Por exemplo, os quantitativos por ambiente podem ser obtidos a partir das listagens de itens (produtos) inseridos no desenho.
Pode-se também adicionar produtos que não possuem representação gráfica (pintura, por exemplo) o que possibilita o cálculo preciso da quantidade de material necessário para determinada área.


 4. O BIM promove o trabalho colaborativo

O mobiliário é apenas uma pequena parte do projeto de uma edificação. Arquitetos envolvidos no projeto de um prédio não estão olhando apenas para sua “parte” do trabalho, eles colaboram em um modelo virtual que é simultaneamente alterado por profissionais de outras disciplinas.
Passar um projeto de arquitetura de mão em mão, do arquiteto para o engenheiro e finalmente para a construtora é um processo que está com os dias contados.
O BIM permite o desenvolvimento de diversas disciplinas simultaneamente. Isso significa que engenheiros, projetistas eletricistas, projetistas hidráulicos e arquitetos podem teoricamente trabalhar ao mesmo tempo em um modelo BIM.
Projetar em Revit® proporciona aos arquitetos uma percepção mais completa do espaço assim como as interferências de outras disciplinas, resultando em melhores decisões sobre layout e escolha de materiais por exemplo.

5. Informação falsa não entra

Com o uso do Revit®/ BIM as solicitações de alterações ou detalhamento de projeto por parte das construtoras praticamente desaparece.
Isso acontece porque o projeto BIM é muito mais consistente do que o CAD.
O Revit® não permite que o projetista invente um número, elemento ou produto, característica muito apreciada pelos bons profissionais, pois promove honestidade e precisão. Em um ambiente BIM tudo o que aparece no projeto realmente existe no mundo real. E caso a modelagem ou as informações não sejam fiéis ao produto, a irregularidade tem grandes chances de ser detectada com antecedência e consertada o mais rápido possível antes que o projeto chegue à obra.




Se você é fabricante de mobiliário, agora que já sabe por onde anda o modelo do seu produto antes de chegar à obra do cliente, que tal tratar esse assunto com mais carinho e dedicar mais atenção a uma biblioteca BIM de qualidade? Os arquitetos de interiores que estão lendo esse texto agradecem. 


Erik Uppenberg
Silvia Lavagnoli
Erik Uppenberg é diretor comercial da ofcdesk, baseado em Chicago, responsável pela área comercial em toda a América do Norte.
Silvia Lavagnoli é gerente de marketing na ofcdesk, baseada em São Paulo, responsável pelas ações nos Estados Unidos e Brasil. 







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