O que é BIM já não está mais na moda, a pergunta da vez é: BIM é para mim?
Se nos
últimos anos você não esteve vivendo em outro planeta, a esta altura dos
acontecimentos já deve ter uma boa noção do que é BIM. Ou pelo menos já ouviu
falar de um conceito mágico que está
revolucionando a forma de projetar no mundo todo, certo?
O cenário
atual configura uma mudança de fase, na qual a pergunta o que é BIM começa a
cair em desuso e cede espaço para o questionamento da moda: BIM é para mim?
O BIM ganhou
espaço na mídia e muita força entre os marqueteiros que sintetizaram todos os
benefícios do conceito e o transformaram nesse “conceito mágico” citado anteriormente.
Brincadeiras à parte, vale lembrar que BIM não tem nada de magia, mas tem base
em pura informação. Toda a propaganda que se fez em torno do conceito BIM, no
entanto, teve efeitos positivos e negativos.
Isso foi bom. O lado positivo ficou por
conta da divulgação maciça que atingiu todo o mercado de arquitetura,
engenharia e construção, assim como os setores satélites dessas áreas. A
avalanche de notícias e informações sobre o BIM fez crescer o interesse dos
profissionais. Parte deles já aderiu ao novo conceito e praticamente todo o
mercado está por dentro do assunto.
O efeito negativo. Muito se falou sobre
as maravilhas que o BIM poderia fazer na sua empresa e sobre o grau de
informação que um modelo virtual carregaria. O 4D e o 5D também foram vedetes
das propagandas pro-BIM, e os profissionais logo quiseram saber mais sobre como
controlar tempo e custo diretamente no modelo virtual. No entanto, a aparente complexidade
da aplicação do conceito acabou por intimidar muitas empresas de pequeno porte
que chegaram à conclusão prematura de que o BIM estava superdimensionado para
seu negócio. Junte a isso os altos investimentos em software e hardware, e você
terá milhares de pequenos escritórios que preferiram ficar de fora da
brincadeira.
Se esse é o
seu caso, pense duas vezes antes de virar as costas ao BIM. Há benefícios não
divulgados que fazem muita diferença nos pequenos escritórios. Veja alguns:
1º Se aderir ao BIM é difícil e custoso
agora, não aderir será mais difícil e mais caro no futuro. Você pagará o preço
de entrar em um jogo que já começou, no qual todos já estão aquecidos. E terá
que correr muito para não perder os concorrentes de vista.
2º Implantar o BIM dará a chance de sua
equipe aprender a trabalhar de maneira colaborativa, reduzindo os erros.
Modelar em BIM não será mais rápido que projetar em CAD no começo, mas estudos
apontam que a partir do 3º trabalho feito em BIM, as equipes retomam a
velocidade que tinham no uso do CAD.
3º Não perca a chance de evoluir e
competir com os grandes escritórios de igual para igual. Um escritório é
considerado grande quando tem um staff numeroso, certo? Pois, lembre-se que, uma
equipe pequena bem treinada em trabalho colaborativo produz mais que uma equipe
numerosa que se ocupa incessantemente com correções e revisões de projetos.
4º Evoluir junto com o mercado fará bem
para sua empresa. A troca de informações com fornecedores e prestadores de
serviços será feita em alto nível e ajudará a selecionar naturalmente os
melhores parceiros para seus trabalhos.
5º Apesar de se falar nas instâncias
mais avançadas que o BIM pode atingir, a realidade é que o BIM hoje ainda é
praticado de forma fragmentada. Cada profissional utiliza do BIM apenas a
parcela que supre suas necessidades atuais. E tudo bem, ao menos é um começo. Por
isso, analise seu negócio e coloque no papel suas necessidades. Então estude as
possibilidades que o BIM oferece. Confronte as informações e determine o motivo
principal da implantação. Esse será o seu ponto de partida. Como essa base,
você conseguirá definir qual o nível de informação que deve ser adicionado aos seus
modelos para que a implantação seja coerente com seu negócio.
Assim, da
próxima vez que você se perguntar BIM é para mim, lembre-se que se você atua em
algum setor ligado à arquitetura, engenharia ou construção, definitivamente BIM
tem tudo a ver com você.
Texto escrito por Silvia Lavagnoli
Texto escrito por Silvia Lavagnoli